Quando se fala em Black Belt Lean e pesquisamos no Google Imagens sobre esse termo, logo de cara aparecem fotos de faixas pretas em artes marciais. Mas o que isso significa?
Bom, acontece que essas cores e faixas foram inspiradas das artes marciais para determinar funções e níveis de conhecimento em uma filosofia chamada Lean Six Sigma.
Dessa forma, seguindo a mesma lógica, um Black Belt seria uma categoria de topo na escalada das faixas por se tratar da cor preta.
Mas e na prática, como essa metodologia é explicada profissionalmente dentro das empresas? É isso que vamos explicar neste artigo.
Confira!
Na prática, a certificação Black Belt Lean Six Sigma o diferencia no mercado e traz vantagens tanto para a empresa como para o profissional.
Baseado nas Filosofias Lean e Seis Sigma, os profissionais Black Belts são agentes de mudanças e solucionadores de problemas especializados em análise estatística, dinâmica de equipe e gerenciamento de projetos.
Com um nome inspirado nas artes marciais, os Black Belts desempenham um papel importante no Lean Six Sigma – uma metodologia de resolução de problemas que promove uma abordagem rigorosa e orientada a dados para melhorar o desempenho do processo, agregando valor ao cliente e gradativamente introduzindo uma cultura de melhoria contínua.
Os Black Belts são recursos-chave que facilitam e lideram projetos, fornecem suporte para desenvolvimento e realizam treinamentos e coaching de outros recursos que promovem a excelência no desempenho.
E por se tratar de uma certificação com base em Lean e em Seis Sigma, vamos explicar abaixo como cada uma atua na certificação.
Lean Manufacturing, traduzível como Manufatura Enxuta e também chamado de Sistema Toyota de Produção é uma filosofia de gestão focada na redução dos sete tipos de desperdícios (super-produção, tempo de espera, transporte, excesso de processamento, inventário, movimento e defeitos).
Eliminando esses desperdícios, a qualidade melhora e o tempo e custo de produção diminuem.
As ferramentas “lean” incluem processos contínuos de análise (KAIZEN), produção “pull” (no sentido do KANBAN) e elementos/processos à prova de falhas (Poka-Yoke).
A Manufatura Enxuta foi desenvolvida pelo executivo da Toyota, Taiichi Ohno, durante o período de reconstrução do Japão após a Segunda Guerra Mundial.
O termo foi popularizado por James P. Womack e Daniel T. Jones no livro “A Mentalidade Enxuta nas Empresas Lean Thinking: Elimine o Desperdício e Crie Riqueza“.
Foi baseado no conceito de Manufatura Enxuta (Lean Manufacturing) que Eric Ries criou o conceito de Startup Enxuta (Lean Startup).
Ele usou várias metodologias utilizadas pela Toyota e uniu com outras (como o Design Thinking) para criar esse conceito.
Isso prova que mesmo uma metodologia utilizada para produção de carros pode ser adaptada para qualquer outra área de negócio.
O termo Seis Sigma se origina do “Sigma”, símbolo que em qualidade significa uma medida de variabilidade utilizada para indicar quanto dos dados apresentados se inserem nos requisitos dos clientes. Quanto maior for este sigma, melhores serão os produtos ou serviços produzidos.
Ou sob outra ótica, menores serão os defeitos apresentados por estes produtos e serviços.
Seis Sigma ou Six Sigma é um conjunto de práticas originalmente desenvolvidas pela Motorola nos anos 80, por Bill Smith.
Posteriormente, em 1995, ganhou força com a utilização de seus métodos por Jack Welch, na GE.
Apesar de sua consolidação ter se dado nessa época, a ideia fundamental por trás do Seis Sigma (que é a utilização de técnicas estatísticas para prever e melhorar processos) foi desenvolvida na década de 1930, por Walter Shewhart.
Na época, Shewhart trabalhava como estatístico e começou a usar a distribuição normal para prever o comportamento de seus processos, buscando conhecer a probabilidade de uma de suas máquinas apresentar uma descalibração.
Como esforço para completar essa missão, ele desenvolveu o que hoje chamamos de Gráficos de Controle ou, mais popularmente, Controle Estatístico de Processos.
Tornando-se popular entre empresas de todo mundo devido à sua eficiência e eficácia, é considerado um dos principais temas da Qualidade Total para melhorar sistematicamente os processos ao eliminar defeitos.
Seis Sigma também é definido como uma estratégia gerencial para promover mudanças nas organizações, fazendo com que se chegue a melhorias nos processos, produtos e serviços para a satisfação dos clientes.
Diferente de outras formas de gerenciamento de processos produtivos ou administrativos o Six Sigma tem como prioridade a obtenção de resultados de forma planejada e clara, tanto de Qualidade como principalmente financeiros.
Como profissionais focados que completam quatro a seis projetos por ano, os Black Belts experimentam um Retorno Sobre Investimento (ROI) de até 7:1 e uma média de R$ 600.000,00 em economia por projeto.
Além disso, a certificação Black Belt é vista como um combo de desenvolvimento pessoal e profissional que prepara pessoas para cargos de alta performance e liderança.
Dessa forma, os Black Belts lideram projetos em todas as áreas das organizações, de modo que eles ganham experiência prática com o funcionamento interno de processos e pessoas e uma melhor compreensão de como a organização realmente funciona.
Eles também acumulam uma experiência valiosa sobre o negócio em geral, bem como habilidades essenciais em termos de liderar pessoas e dirigir e facilitar a mudança.
Muitas organizações mantêm seus Black Belts no papel por dois ou três anos para que eles possam passar para posições de liderança e continuar a ajudar no crescimento de uma cultura de excelência em desempenho da empresa.
Porém, para se tornar um Lean Six Sigma Black Belt, é necessário passar por um processo de qualificação e certificação que abrange um conjunto de conhecimentos, questionários e exames e um projeto de aplicação do mundo real.
Para isso, os Black Belts devem ser especializados na metodologia DMAIC (Define-Measure-Analyze-Improve-Control, ou Definir-Medir-Analisar-Melhorar-Controlar) e princípios do Six Sigma, bem como no gerenciamento de projetos, mapeamento de processos, mapeamento de fluxo de valor, análise estatística e liderança de mudanças.
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Vimos, neste post, como a certificação Black Belt pode impactar em sua jornada profissional e como esses especialistas são valorizados pelas grandes empresas.
O profissional com essa habilidade está apto a liderar projetos complexos e prioritários, geradores de resultados que contribuam significativamente para o aumento da lucratividade da empresa.
E você? Está em qual faixa na caminhada Lean Six Sigma?